Embraer evita competição com Airbus e Boeing
Embraer evita competição com Airbus e Boeing
"Nossa resposta está dada. Pelo menos pelos próximos
muitos anos vamos ficar nisso aqui", disse diretor-presidente da Embraer,
referindo-se aos E-Jets E2
Ainda assim, Curado abriu a porta para
eventuais ajustes na gama de produtos no futuro, por discordar que o mercado
não comporte mais segmentos ou novos tamanhos de fuselagens
São Paulo - O anúncio da reformulação da série E-Jet feito nesta
segunda-feira pelaEmbraer (EMBR3) na
França enterra por "vários anos" os planos da companhia de lançar um
avião de maior capacidade, destinado a competir no mercado de "corredor
único", hoje nas mãos de Airbus e Boeing, cuja demanda é estimada em 24
mil aparelhos. O objetivo prioritário da empresa brasileira é consolidar a
vantagem sobre a japonesa Mitsubishi Regional Jet e a canadense Bombardier.
Às vésperas da 50.ª edição do Paris Air Show, em Le Bourget , a questão
sobre quem seria o eventual "terceiro player" do mercado, além de
Airbus e Boeing, estava no centro das preocupações de muitos analistas.
Até mesmo o
presidente da Divisão de Aviões Comerciais da Boeing, Ray Conner, se manifestou
sobre o assunto, afirmando que "há espaço para um terceiro ator neste
mercado". "Com os CSeries, Bombardier ocupará a parte de baixo do
mercado, com aviões de 120 a
140 lugares. A Embraer virá juntar-se à Bombardier neste segmento?",
questionou, antes do anúncio realizado pela empresa brasileira.
"Nossa
resposta está dada. Pelo menos pelos próximos muitos anos vamos ficar nisso
aqui", disse o diretor-presidente da Embraer, Frederico Curado,
referindo-se à nova família de E-Jets E2. "Na aviação, os ciclos são
longos. Tudo é possível lá na frente, mas a decisão de agora é ficar nesse
segmento. Pode até ter espaço. Mas nós não enxergamos a Embraer em condição de
ocupá-lo."
Ainda assim,
Curado abriu a porta para eventuais ajustes na gama de produtos no futuro, por
discordar que o mercado não comporte mais segmentos ou novos tamanhos de
fuselagens. "Eu diria que é muito cedo para se concluir isso. É uma teoria
possível. Mas eu não tenho tanta convicção de que isso é verdade. Há saltos
tecnológicos que podem levar a repensar", afirmou.
De acordo com
ele, "foi muito fácil para a Embraer decidir" permanecer nos mercados
em que está posicionada. "O 195 um pouquinho maior nos dá uma cobertura
maior, sem entrar em competição direta com Boeing e Airbus", afirmou.
Questionado sobre se é impossível competir com as gigantes americana e
europeia, Curado disse entender que não. "Tudo é possível, mas nesse
segmento não achamos que seja uma estratégia adequada - nem para nós, nem para ninguém."
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