Prejuízos da Turkish no 1º trimestre agravam-se 632%

A Turkish Airlines, que é uma das companhias europeias que mais está a crescer, com um aumento do tráfego em 21% no primeiro trimestre, em resultados teve um agravamento do prejuízo em dólares de 632%, para 102 milhões, que atribui “principalmente” a factores sazonais (Páscoa mais tarde) e variações cambiais, embora também admita que o aumento da capacidade em 21,5% “pôs pressão sobre os yields de passageiros”.
O balanço do trimestre divulgado pela companhia turca indica que enquanto o tráfego cresceu 21% o aumento da receita foi de 15%, para 2.315 milhões de dólares, com a receita unitária (por lugar voado um quilómetro, ASK) baixou 7,8%, para 6,96 cêntimos do dólar.
A companhia turca não publica a evolução dos yields (preço médio que os passageiros pagaram por quilómetro voado), mas os seus dados de tráfego permitem ver que foi “principalmente” pelo preço que baixou a receita unitária, que pondera o yield pela taxa de ocupação.
No primeiro trimestre, a Turkish teve uma ligeira descida da taxa de ocupação média dos voos em 0,3 pontos, para 77,7%, pela descida em 0,4 pontos nos voos internacionais, para 77,3%, enquanto nos domésticos teve uma subida de 0,5 pontos, para 79,8%.
Ainda assim, nos domésticos a receita unitária por lugar voado um quilómetro baixou 24%, para 6,79 cêntimos do dólar, e nos internacionais a descida foi de 5,2%, para 6,98 cêntimos.
Além dessa “pressão” dos yields, que limitou o crescimento das receitas, do lado dos custos operacionais a Turkish teve um aumento superior ao dos proveitos, em 17,2%, para 2.418 milhões de dólares, o qual, embora menor do que o aumento de capacidade (em ASK), levando a uma redução do custo unitário em 3%, para 7,96 cêntimos do dólar, esta foi insuficiente para compensar a queda da receita unitária.
O balanço mostra que acima do aumento da receita cresceram os encargos com combustíveis (+15,4%, para 887 milhões de dólares), com navegação aérea (+29,7%, para 219 milhões), marketing e vendas (+18,1%, para 194 milhões), pelo aumento dos encargos com publicidade (+85,9%, para 38 milhões), enquanto em comissões e incentivos o aumento foi de 2,7%, para 78 milhões, com rendas de aviões (+66,9%, para 127 milhões), com catering e serviços aos passageiros (+29,1%, para 126 milhões) e com manutenção (+54,7%, para 85 milhões).
No entanto, à excepção dos contratos de aluguer de aviões em wet lease (alugueres com tripulação, manutenção e seguros), que aumentaram 159,3%, manutenção (+54,7%), catering e serviços aos passageiros (+29,1%),encargos com aeroportos (+27,5%) e com navegação aérea (+31,4%), os aumentos de encargos foram menores que o aumento de capacidade, o que levou à descida do custos unitário, sobressaindo a contenção nos encargos com pessoal (+3,5%, para 398 milhões) e comissões e incentivos às vendas (+2,7%).
Apesar da degradação dos prejuízos no primeiro trimestre, para a qual contribui o facto de este ano não incluir o ‘pico’ de tráfego da Páscoa ao contrário do que aconteceu em 2013, a Turkish diz em comunicado estar determinada em “prosseguir a sua história de crescimento com o objectivo de ser uma das companhias globais líderes no mundo”.
O seu CEO, Temel Kotil, citado pela imprensa especializada internacional, salientou, aliás, que a Turkish mantém o objectivo de atingir os 60 milhões de passageiros transportados este ano, depois de 48 milhões em 2013, e que os planos incluem o reforço da frota em 32 aviões.

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