Azul pode reduzir ritmo, mas não vê urgência em IPO

Cenário de alta nos custos do setor, agravado pela recente desvalorização do real pode levar a Azul a reduzir o ritmo de crescimento ou elevar tarifas

São Paulo - O cenário de alta nos custos do setor aéreo, agravado pela recente desvalorização do real contra o dólar pode levar a Azul empresa a reduzir o ritmo de crescimento ou a elevar tarifas, afirmou o diretor de comunicação e marca da companhia aérea, Gianfranco Beting, que participou da fundação da empresa em 2008.
Em agosto, a oferta da Azul subiu 33,15 por cento, segundo os dados mais recentes da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), entre os maiores percentuais de aumento e em meio à redução de oferta das rivais maiores TAM e Gol neste ano.
A alta nos preços do combustível de aviação já pesava no setor, mas a desvalorização do real piorou a situação, e enquanto as duas maiores empresas em participação de mercado não descartam reduzir ainda mais a oferta, a Azul já considera pisar no freio.
"Estamos olhando com seriedade para isso. Não cortamos destinos, mas já reduzimos algumas frequências. A Azul começou a voar em 2008 e é a primeira vez que encontramos um cenário mais adverso. E com um cenário mais desafiador é irresponsável você acreditar que pode continuar crescendo como estava crescendo antes", afirmou Beting à Reuters.
A empresa também não descarta elevar os preços de passagens caso os custos com insumos continuem subindo, mas ressalta que os recursos esperados da oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) cancelada no fim de agosto devido as condições de mercado, não eram urgentes.
"Não há desespero. A gente achou que o IPO não ia ser como queríamos que fosse então não vamos fazer. Claro que se a gente fez um arquivamento (do pedido na CVM) é porque queríamos fazer o IPO, mas não é a única alternativa da empresa", afirmou Beting, acrescentando apenas que "algo será feito", quando questionado sobre uma possível emissão de debêntures.

"Estamos viabilizando a empresa sem o IPO. Quando as condições econômicas melhorarem a gente vai fazer uma avaliação." Embora a empresa não detalhe seus planos financeiros, a fusão com a Trip, anunciada em 2012, parece estar beneficiando a empresa, com sinergias "espetaculares", segundo o executivo.

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